domingo, 31 de janeiro de 2010

Corinthians 1x0 Palmeiras

Saudações corinthianas aos meus queridos amigos palmeirenses
(Hugo, Priscila, Marcela, Kooki, Luciano,Valquir, Hellen...)


Hoje o timão deu mais uma desmonstração de sua força no Pacaembu. Mesmo sem o Fofômeno (acostumadíssimo a marcar gols no verdão) e o Roberto Carlos sendo expulso logo no comecinho do jogo, o timão não decepcionou e liquidou mais uma :)
Foi um jogão, e sobrou pro Jorge Henrique marcar o gol do jogo. Agora somos líderes invictos do campeonato, que por sinal, deixa eu ver..desde 2008 não perdemos um jogo sequer no Paulistão!
Ah, desse jeito a Libertadores vai ser moleza! haha

sábado, 23 de janeiro de 2010

SKA

O ska é um tipo de música que eu gosto bastante, mas que pouca gente (que eu conheço) gosta. É um estilo criado na Jamaica no final da década de 50, precursor do reggae, esse sim beeem famoso.Vou fazer um resuminho aqui da história...

Discriminação, união, classe trabalhadora.. esses temas sempre são explorados por bandas de ska. Lá no comecinho, durante a década de 60, também conhecido como "the first wave", teve o pessoal do Skatalites, o Desmond Dekker, Laurel Aitken e outros se destacando por toda Jamaica. Faziam um som diferente até então, e aos poucos invadindo o espaço britânico nas rádios. Outros estilos apareceram por lá por causa do ska, como o rocksteady e o skinhead reggae, também conhecido como early reggae, no final da década de 60. O próprio Bob Marley, que todos conhecem, teve um som ska em seus primeiros registros, só depois que ele firmou sua carreira no reggae.

A segunda fase do ska veio mais tarde, o two-tone. Também conhecido como "the second wave", teve como centro a Inglaterra no final da década de 70.  Deu-se o nome devido boa parte das bandas fazerem parte do selo 2 Tone Records. Bandas como The Specials, Selector, Madness, English Beat, Bad Manners tinham como diferencial a junção de novos elementos, deixando o ska mais rápido e dançante. O visual das bandas, algo sessentista dos rude boys jamaicanos, usando ternos, sapatos e chapéus ajudaram a dar uma cara a essa nova era do ska. 

No anos 90 houve um revival do ska, chamada também de "the third wave". Bandas  influenciadas pelo ska two-tone apareceram com grande sucesso na mídia, como Sublime, No Doubt, Reel Big Fish e Mighty Mighty Bosstones, os dois últimos fazendo o chamado ska-core, que é a mistura do ska com o punk/hardcore. Muitas pessoas ligadas ao ska desconsideram essa fase, por se tratar de uma versão muito desconfigurada do ska original.

Hoje em dia temos algumas bandas de ska classificadas como neo-trads, que tem em seu som o ska tradicional, com pitadas de jazz e ótima produção em seus discos. The Slackers, Hepcat e Aggrolites são bons exemplos dessa leva. No ano passado fui ver Slackers em São Paulo, muito bom o som deles :)

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Lúcio Flávio: O Passageiro da Agonia

Dica de hoje...

Há uns 2 ou 3 anos atrás eu comprei um livro no sebo Capricho, aquele perto do Royal, bem legal. Trata-se de "Lúcio Flávio: O Passageiro da Agonia" de José Loureiro. Segundo meu amigo que indicou o livro, um clássico da literatura policial aqui do Brasil.

Pouco tempo antes de morrer, Lúcio Flávio, famoso por vários assassinatos, assaltos e fugas espetaculares nos anos 70, contou sua trajetória de vida a um repórter, o que acabou resultando neste livro. Demais, só lendo mesmo...

Só depois eu fiquei sabendo do filme, dirigido por Hector Babenco em 1977 que ficou bem mais famoso.
Esses tempos baixei ele na internet. É bem legal, tem o Reginaldo Faria no papel do Lúcio Flávio. Cool!


segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Como me fudi no show do Los Hermanos

"Como me fudi no show do Los Hermanos" é um texto de Adolar Gangorra que já faz um bom tempo que está rodando pela internet.  É simplesmente muito engraçado. É um pouco grande, mas vale muito a pena ler. Demais! haha


Voltei para o Brasil há pouco tempo. Vivia com minha família na Inglaterra desde garoto. Estou morando no Rio de Janeiro há uns três meses e agora estou começando a me enturmar na Universidade. Não sei de muita coisa do que está rolando por aqui, então estou querendo entrar em contato com gente nova e saber o que tá acontecendo no meu país e, principalmente, entrar em bastante contato umas garotas legais, né?

Mas foi meio por acaso que eu conheci uma menina maneiríssima chamada Tainá. Diferente esse nome, hein? Nunca tinha ouvido. Estava procurando desesperadamente um banheiro no campus quando vi uma porta que parecia ser a de um. Na verdade, era o C.A. da Antropologia. A garota já foi logo me perguntando se eu queria me registrar em algum movimento estudantil de sei lá o que. Que bacana! Que politizada ela era! E continuou a me explicar a importância de eu me conscientizar enquanto enrolava um beque da grossura de uma garrafa térmica. Pensei em dizer que estava precisando cagar muito rápido, mas ela era tão gata que eu falei que sim. Tainá: cabelos pretos, baixinha e com uma estrutura rabial nota dez... Aí, acho que ela me deu um certo mole... Conversa vai, conversa vem, ela me chamou para um show de uma banda naquela noite que eu nunca tinha ouvido falar: Loser Manos. Nome engraçado esse! Estava fazendo uma força sobre-humana para manter a moréia dentro da caverna, mas realmente tava foda. Continuamos conversando e rindo. Ela riu até bastante, mas eu, na verdade, tava era mesmo rilhando os dentes porque assim ficava mais fácil disfarçar as contrações faciais que eu estava tendo ao travar o meu cu para não cagar ali mesmo na frente dela.

Pensando bem, eu tinha ouvido falar sim alguma coisa sobre essa banda lá na Europa ainda, mas não lembro bem o quê. Ah, acho que vi esses caras hoje no noticiário local dando uma entrevista. Achei que fosse uma banda de crentes tradicionalistas tipo Amish.Todos de barba, com umas roupas meio fudidas. Parecia até a Família Buscapé! Dão a impressão de ser uns sujeitos legais, mas o que me chamou a atenção mesmo foi o jeito da repórter, como se fosse a fã nº 1 deles, como se estivesse cobrindo a volta do Beatles ou coisa parecida. Não entendi esse jeito "vibrão" de trabalhar. Bom, mas se eu conseguir ficar com o bicho bom da Tainá hoje à noite, já tô no lucro! Marcamos de nos encontrar na entrada do ginásio. Rapaz, acho que tô dando sorte aqui no Brasil!

Ia ser fácil achar essa garota no meio da multidão. Ela se veste de uma maneira estilosa, diferente, bem individual: sandália de dedo, saia indiana, camiseta de alça, uma bolsa a tiracolo e o mais interessante: um óculos retangular, de armação escura e grossa, engraçado até! Depois de uns mil "Desculpe, achei que você fosse uma amiga minha.", finalmente encontrei Tainá e seu grupo de amigos. Cacete, isso sim é que é moda! Parecia uniforme de escola!

Ela me apresentou suas amigas, Janaína e Ana Clara e seus respectivos namorados, Francisco e Bento. Uma mistura de fazendeiros com intelectuais. Um cara de macacão, de sandália de pneu e com ar professoral. Outro de colete, tênis adidas, óculos e também com ar professoral. Pareciam ser legais, "do bem" como eles mesmo falam... Mas que não me deram muita conversa. "Do bem", isso mesmo! Gíria nova... Todos aqui são "do bem". E que nomes tão simples e idílicos! Janaína, Ana Clara, Francisco, Bento e Tainá. Nada de Rogérios ou Robertos. E eu que já tava me sentindo meio culpado por me chamar Washington... Realmente estava no meio de uma nova época da juventude universitária brasileira!

Comecei a conversar com a Tainá antes que a banda entrasse no palco. Aí... acho que tá rolando uma condição até! Quem sabe posso me dar bem hoje? Ela começou a falar de música: "De quem você é fã?", perguntou. Pô, eu me amarro no George..." Ela imediatamente me interrompeu, dizendo alto: "Seu Jorge? Eu também amo o Seu Jorge!" Puxa, que legal! Ela gosta tanto do George Harrison que se refere a ele com uma intimidade única! Chama ele de "Seu"! Seu Jorge! Isso é que é fã! "Legal você já conhecer ele, hein? Eu sabia que ele ia se dar bem na Europa! O Seu Jorge é um gênio!", ela emendou. Pô, eu morava na Inglaterra. Como eu não ia conhecer o George Harrison? Essa eu não entendi...

Logo ela perguntou quais bandas que eu gostava. "Eu curtia aquela banda da Bahia...". "Ah, Os Novos Baianos, né?? Adoro também!" "Não, Camisa de Vênus! "Silvia! Piranha!" cantei, rindo. A cara que ela fez foi de quem tinha bebido um balde de suco de limão com sal. Senti que ela não gostou muito da piada. Tentei consertar: "Achava eles engraçados, mas era coisa de moleque mesmo, sabe?" Óbvio que não funcionou... Aí, acho que dei um fora...
Depois, Tainá foi me explicando que o tal Loser Manos é a melhor banda do Brasil, etc., etc., etc., e que eles "promovem um resgate da boa música brasileira". "Tipo Os Raimundos com o forró?", perguntei. "Claro que não!", disse ela meio exaltada! Ela me falou que não se pode comparar os Hermanos com nada porque "eles são únicos", apesar de hoje existirem outros excelentes artistas já reverenciados pela mídia do Rio de Janeiro como Pedro Luis e a Parede, Paulinho Moska, O Rappa, Ed Motta, Orquestra Imperial, Max de Castro, Simoninha e Farofa Carioca. Ela mencionou também "Marginalia" ou coisa parecida. Foi isso mesmo que eu ouvi? Achei que ela estivesse elogiando eles... Esses foram os nomes artísticos mais escrotos que já tinha ouvido, mas fiquei quieto. Fico feliz em saber sobre essa nova onda musical pois quando saí do Brasil o que fazia sucesso no Rio era Neuzinha Brizola e seu hit "Mintchura". Ainda bem que tudo mudou, né? Só depois percebi que o nome da banda é em espanhol: Los Hermanos. Ah bom! Mas se eles são tão brasileiros assim porque não se chamam "Os Irmãos"? Quando saí daqui os nomes de muitas bandas costumavam ser em inglês e até em latim. Ainda bem que essa moda de nomes de bandas em espanhol não pegou no Brasil!

Pelo que me lembro, ao explicar qual é a dos "Hermanos", ela usou a expressão "do bem" umas 37 vezes e disse que eles falam de romantismo, lirismo, samba e circo. Legal, mas circo? Pô, circo é foda! Uma tradição solidificada nos tempos medievais que ganha dinheiro maltratando animais. Onde está a poesia de ver um urso acorrentado pelo pescoço tentando se equilibrar miseravelmente em cima de uma bola enquanto é puxado por um cara com um chicote na mão? Rá, rá, rá... Engraçado pra caralho! Na boa, circo é meio deprimente. Palhaço de circo só troca tapão na cara e espirra água nos olhos dos outros com flor de lapela e quando sai do picadeiro, vai chorar no camarim. Que merda! A única coisa legal no circo mesmo é quando ele pega fogo! Isso sim que é um espetáculo de verdade! Aquela correria toda, etc. Senti que essa galera se amarra em circo. Não faz sentido se eles são tão politicamente corretos assim, né? E os pobres animais? E eu querendo não passar em branco na conversa com a Tainá, mas não conseguia lembrar de jeito nenhum a única coisa que eu sabia sobre a banda... Cacete...! O que era mesmo?

De repente, uma gritaria histérica! O show tava começando! O ginásio veio a baixo! Perguntei pra ela: "Eles são todo irmãos, né, tipo o Hanson?" Ela disse um "não" esquisito, como se eu tivesse debochando. Todos eles usam uma barba no estilo Velho Testamento e se chamam "Los Hermanos"! O que ela queria que eu pensasse? Após ouvir a primeira música deu pra ver que os caras são profissionais mesmo, tocam muito bem e são completamente idolatrados pelo público, para dizer o mínimo. Fiquei prestando atenção ao show. Pô, as músicas são boas! Dá pra ver uma influência de Weezer, Beatles e Chico Buarque. Esse aí é fodão, excelente compositor mesmo. Lá na Inglaterra conhecia uns caras que eram ligados ao movimento "Dark", como chamam por aqui. São os sujeitos que gostam de The Cure, Bauhaus, Sister of Mercy, etc. E tem a maior galera aqui no Brasil também que se veste de preto, não toma sol, curte um pessimismo niilista e se amarra nessas bandas. Mas se eles sacassem que o Chico Buarque é o genuíno artista "Dark" brasileiro... Pô, é só ouvir as músicas dele pra perceber: "Morreu na contra-mão atrapalhando o tráfego" ou "O tempo passou na janela é só Carolina não viu". "Pai, afasta de mim esse cálice, de vinho tinto de sangue" ou "Taca pedra na Geni, taca bosta na Geni, ela é boa pra apanhar, ela é boa de cuspir, ela dá pra qualquer um, maldita Geni". Tudo alegrão, né? Aí, se eu fosse dark, só ia ouvir Chico Buarque, brother!

Tentei reengatar a conversa dizendo que achava ao baixista o melhor músico dos Los Hermanos. Ela respondeu, meio irritada: "Mas ele não é da banda!" Como eu ia saber? O cara tem barba também! Aí, não tô entendendo mais nada...
Adiante, ela me disse que o cara que ela mais gostava na banda era um tal de Almirante. Depois de alguns minutos deu pra ver que o camarada imita um pouco os trejeitos do Paul McCartney, só que em altíssima rotação. Ele fica se contorcendo feito um maluco enquanto os outros ficam estáticos. É engraçado até! Parece que ele tem uma micose num lugar difícil de coçar! E fica falando e rindo direto. Ele é o irmão gaiato do cara que canta a maioria das músicas, o tal de Marcelo Campelo, como anunciaram no noticiário local hoje. Isso mesmo, Marcelo e Almirante Campelo: "Os Irmãos"! Legal! Já tava me inteirando! Ah, e tem também dois gordinhos de barba que estão lá também, mas devem ser filhos de outro casamento...

Tava um calor desgraçado, coisa que eu realmente não estou mais acostumado. Fui rapidão ao bar pra beber alguma coisa. Comprei umas quatro latas de refrigerante que era o único troço que tava gelado para oferecer para meus novos amigos: "Aí, trouxe umas coca-colas pra vocês!" Ouvi a seguinte resposta: "Coca-Cola? Isso é muito imperialista... Guaraná é que é brasileiro!" Puxa, que pessoal politizado... Isso mesmo, viva o Brasil! "Yankees, go home", rá, rá! Outro fora que eu dei! Mas, pensando bem, eles não usam o Windows e o Word pra fazer trabalhos da universidade? Ou usam o "Janelas"? Dessas coisas gringas não é tão mole de abrir mão, né? Mais fácil não tomar Coca-Cola! Isso sim que é ativismo estudantil consciente! Posicionamentos políticos à parte, tava quente pra burro, então bebi tudo sob o olhar meio atravessado de todos eles... fazer o quê?

Lá pelas tantas, começou uma música e todo mundo berrou e pulou. Parecia o fim do mundo. Logo nos primeiros acordes, reconheci o som e falei pra Tainá: "Ah, eu sei o que é isso! É um cover do Weezer! Me amarro em Weezer!" Ela olhou pra mim com uma cara indignada e disse: "Que Weezer o quê? O nome dessa música é "Cara Estranho". Já vi que não gostou de novo... Mas quem sou eu pra dizer algum coisa aqui, né? Porra, mas que parece, parece! Mas o que era mesmo que eu não consigo lembrar de jeito nenhum sobre eles? Acho que conheço alguma outra música deles... Só não consigo dizer qual...
Sabia que se eu quisesse me dar bem logo com a Tainá teria que ser entre uma música  e outra pois parecia que ela estava vendo um disco voador pousar enquanto os caras tocavam. Resolvi fazer uma piada pra descontrair, que sempre rola em shows. Quando o Campelo tava falando alguma coisa qualquer, berrei: "Filha da putaaaaaaaaaa!" Pra que? Tainá e sua milícia hermanista me deram uma cutucada monstra na costela que me fez enxergar em preto e branco uns 5 minutos! Pô, todo show alguém grita isso! É quase uma tradição até! Eu me amarro no cara! E é só uma piada! Aí, esse pessoal leva tudo muito a sério! Caralho... Pensei em pegar uma camisinha da minha carteira e fazer um balão e jogar pra cima, como rola em todo show, pra mostrar pra Tainá que eu sou uma cara consciente, tipo: "Aí, Tainazão, se tu se animar, eu tô preparado!", mas depois dessa vi que senso de humor não é o forte dessa galera...

O tempo tava passando e nada de eu ficar com minha nova amiguinha. Quando fui tentar falar uma coisa no ouvido dela, foi o exato momento em que começou uma outra música. Foi aí que a louca deu um grito e um pulão tão altos que eu levei uma cabeçada violenta bem no meio do meu queixo! Ela não sentiu nada, óbvio, pois estava em transe hipnótico só por causa de uma canção sobre a beleza de ser palhaço ou lirismo do samba ou qualquer outra coisa do gênero. A porrada foi tão forte que eu mordi um pedaço da língua. Minha boca encheu d´água e sangue na hora! Enquanto eu lutava pra não desmaiar, instintivamente enfiei a manga da minha camisa na boca pra estancar o sangue e não cuspir tudo em cima de Ana Claudia e Jandaína or something. Só que estava tão tonto com a cabeçada que tive que me segurar em uma ou outra pessoa pra não cair duro no chão. Foi quando ouvi: "Nossa, que horror! Lança-perfume! Esse playboy tá doidão de lança! Que decadência..." Lança-perfume? Cara, lógico que não! E mesmo que tivesse, todo show tem isso! Mas nesse, não pode. É "do bem". É feio ter alguém cheirando loló!! Pô, todo show que eu fui na vida tinha alguém movido a clorofórmio. Aqui, não. Rapaz, onde fui me meter?

Babei na minha camisa até o ponto dela ficar ensopada! Fui ao banheiro tentar me recuperar do cacete que tomei. Lavei o rosto e tirei a camisa. Quando voltava passei por uma galera e ouvi resmungarem alguma coisa do tipo: "...e esse mala aí sem camisa..." Porque não se pode tirar a camisa num show? Isso aqui não é só uma apresentação de uma banda? Parecia que eu ainda estava na Europa! Regulões do caralho... E, afinal, o que significa "mala"?

Estava enxergando tudo embaçado e notei que minhas lentes de contato tinham saltado pra longe com a cabeça-aríete de Tainá e esmagadas por centenas de sandálias de dedo. Lembrei que sempre levo um par de lentes extras no bolso. É uma parada moderna que eu achei lá em Londres. Um estojo ultrafino com uma película de silicone transparente dentro que mantém as lentes umedecidas e prontas para uso. Abri o estojo e peguei cuidadosamente a película com as duas mãos e elevei-a contra a luz para conseguir achar as lentes. Estiquei os polegares e indicadores, encostando uns nos outros, para abrir a película entre esses dedos. Balançava o negócio levemente, de um lado para o outro, contra a pouca luz que vinha do palco para conseguir localizar as lentes. Não estava enxergando nada direito! Quando tava lá com as mãos pra cima, fazendo uma força absurda pra achar as lentes, um dos caras legais com nomes simples, me deu um puta safanão no ombro. É claro que o silicone voou longe também... Caralho, minhas lentes! Custaram uma fortuna! Que filho da puta! "Que sinal é esse que tu fazendo aí, meu irmão? Tá desrespeitando as meninas?"
"Que sinal?? Que sinal??", respondi, assustado!
"De buceta, palhaço!", apertando o meu braço que nem um aparelho de pressão desregulado. "Você tá no show do Los Hermanos, ouviu? Los Hermanos! Ninguém faz sinal de buceta em um show do Los Hermanos, sacou?", gritou o tal hipponga na minha cara.
Que viado, eu não tava fazendo nada! Parecia uma freira de colégio! Que lance é essa de buceta? Da onde esse prego tirou isso? As meninas... (Perái! Menina? A mais nova aí tem uns 25!) ficaram me olhando com a cara mais escrota do mundo! A essa altura, já tinha percebido que não ia agarrar a Tainá nem que eu fosse o próprio Caetano Veloso! "Bento", que nome mais ridículo... Isso aqui é um show ou uma reunião de alguma seita messiânica escolhida para repovoar a Terra?

Caramba, que noite infernal! Tava com a língua sangrando, sem enxergar direito, só de calça, arrotando sem parar e puto da vida porque só tinha aceitado vir aqui por causa de mulher. Estava no meu limite. Isso era um show ou uma convenção do Santo Daime? Que patrulhamento! E, de repente, vejo Tainá e seus amigos olhando feio pra mim e cantando a seguinte frase: "Quem se atreve a me dizer do que é feito o samba?" Aí foi demais! Eu me atrevo: Ritmo, melodia e harmonia. Pronto, só isso! Mais nada! Olha só: foda-se o samba, foda-se o circo, foda-se a obsessão por barba da família Campelo e, principalmente, foda-se essa galera "do bem" que está aqui!

Apesar de tudo, a banda é realmente é muito boa! O que incomoda mesmo é esse público metido a politicamente correto e patrulhador e a imprensa que força a barra pra vender alguma imagem hipertrofiada do que rola de verdade. Esse climão de festival antigo de música popular brasileira, daqueles com imagens em preto e branco, com todo mundo participando, que volta e meia reprisam na tv, tudo lindo e maravilhoso. "Puxa vida, um novo movimento musical brasileiro!"? "Estamos realmente resgatando a nossa cultura!" ? Que exagero... Ei, é só música pop! MÚSICA POP!

Caralho, finalmente lembrei! Eu conheço uma música deles! Ouvi em Londres! Numa última tentativa de salvar meu filme com Tainá, na hora do bis, berrei bem alto: "TOCA ANA JULIA!" Só acordei no hospital. Tomei tanta porrada que vou ter que fazer uma plástica pra tirar as marcas de pneu da minha cara! Fui pisoteado! Neguinho ficou puto! Qual é o problema com essa música? Me lembro de estar sendo chutado pela elite dos estudantes universitários brasileiros e da própria Tainá, gritando e me dando um monte de bolsadas na cabeça! Que porra louca! Tentaram me linchar! Ofendi todo mundo! Pô, Ana Julia é uma música boa sim! É um pop bem feito! Se não fosse, o "Seu Jorge" Harrison não teria gravado, né? Se ele não entende de música, quem entende? Me disseram depois que o tal Campelo se retirou do palco chorando, magoado, e o outro irmão mais novo dele, o nervosinho que imita o Paul McCartney, pulou do palco pra me bicar também. Do bem? Do bem é o cacete...

Aí, sinceramente, ainda prefiro o show do Camisa de Vênus...


sábado, 16 de janeiro de 2010

Melhores álbuns punks da California, EUA.

Dessa vez eu fiz uma listinha dos meus álbuns punks preferidos de bandas da California, EUA. Um disco por banda só.

The Germs - GI (1979)
Muitos dizem que o primeiro registro punk na California foram deles. Disco bem cru, típico de bandas punks da época, foi produzido pela Joan Jett.

Dead Kennedys - Fresh Fruit for Rotten Vegetables (1980)
Acho que esse é o meu preferido. Instrumental rápido, riffs meio surf, mas o ponto forte mesmo do disco são as letras, sempre bem sarcásticas.

X - Los Angeles (1980)
Primeiro deles. Influência rockabilly, vocais ora feminino, ora masculino fazem do disco bem legal. Produzido pelo Ray Manzarek, tecladista do The Doors (!)

Black Flag - Damaged (1981)
Rápido, agressivo, cheio de solinhos e paradas, o que mais pra frente influênciou bandas de heavy metal. É o primeiro deles, e tem Henry Rollins nos vocais. Um clássico para os amantes do hardcore.

TSOL - Dance with Me (1981)
Letras macabras, instrumental às vezes rápido, às vezes sombrio. Ótima trilha sonora para filmes de terror haha. 

Agent Orange - Living in the Darkness (1981)
Com grande influência de surf music, e até com algumas releituras de clássicos do gênero, a banda mostra um estilo único e bem legal em seu primeiro disco.

Suicidal Tendencies - s/t (1983)
Tem uma mescla de hardcore com metal, um vocal às vezes falado, às vezes desesperado. A galera do skate curte bastante esse disco. Boa pedida!

Bad Religion - Suffer (1988)
Este disco é referencia para varias bandas, dizem que é o marco zero do hardcore melódico. Depois desse disco varias bandas apareceram com um som muito similar, fazendo assim uma nova cena punk rock na California.

Operation Ivy - Energy (1989)
A banda acabou no mesmo mês do lançamento deste álbum, que mistura bem o punk e o ska, fazendo o chamado ska-core que ficaria famoso anos depois.

Rancid - ...And out Come the Wolves (1995)
Um dos primeiros discos punks a ter um alto custo de produção. Com vídeos na MTV e cheio de “hits”, mesmo sendo lançado por uma gravadora independente, esse álbum é um dos responsáveis pelo retorno do punk a grande mídia.

Nofx - Pump up the Valuum (2000)
Disco rápido, bem produzido e com letras bem legais, como de costume da banda. Não é  o disco deles mais aclamado, mas acho que é o que eu mais gosto.

Social Distortion - Sex, Love & Rock N Roll (2004)
Produção muito boa, algumas baladas e letras saudosistas. Esse disco nem é muito punk, mas é o que eu mais gosto do Social Distortion. 

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

74 bandas

Esse poster já é meio velho, mas bem legal. Nele tem 74 bandas camufladas em desenhos, é muita banda! Parece que foi uma promoção no site da Virgen para concorrer aos produtos de sua loja. Enfim, Rolling Stones, Guns N Roses, Sex Pistols, Queen, Black Flag, Dead Kennedys, Eagles, Red Hot Chili Peppers, Gorillaz, White Zombie, Led Zeppelin, Smashing Pumpkins, Green Day, Radiohead, Beach Boys são alguns que eu achei, mas toda hora que eu olho eu acho uma banda nova haha.








(Clique na imagem para aumentar)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Sport Club Corinthians

Em pé: Solito, Sócrates, Ataliba, Casagrande, Zenon, Biro Biro. 
Agachados: Mauro, Daniel González, Alfinete, Paulinho e Wladimir.

Aqui estão os campeões paulista de 1982.
Não ví ninguém jogar dessa turma, mas também né, nasci nesse ano! 
Segundo minhas pesquisas aqui na net, o São Paulo foi vice e o Casagrande artilheiro do campeonato. Acho que ele era melhor como jogador do que como comentárista haha.
Hoje faz 10 anos que o Timão ganhou o primeiro campeonato mundial reconhecido pela Fifa.
Vamos ver se esse ano a gente leva a Libertadores!
Ahh, eu tenho uma réplica dessa camisa. Cool!


quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Melhores álbuns do Reino Unido

Fiz uma listinha dos meus albuns favoritos lançados por bandas do Reino Unido. Um disco por banda só. 
(Sorry, no Led Zepellin and Pink Floyd)

The Who - My Generation (1965)
Primeiro álbum deles, impondo um estilo que influenciou muitas outras bandas. Clássico mod.

Beatles - s/t (1968)
Conhecido como White Album, por ter apenas um fundo branco com o nome da banda na capa. Álbum duplo, passando de músicas bem rock n roll ao progressivo/psicodélico .

Rolling Stones - Exile on Main Street (1972)
Com influências de um blues/rock n roll cru, apesar de já não contarem com Brian Jones, o disco mostra os Stones em sua melhor fase.

David Bowie - Ziggy Stardust & the Spiders from Mars (1972)
É um disco que tem toda uma história da primeira a última música. Baladas rock, glam e protopunks aparecem muito bem aqui.

Sex Pistols - Never mind the Bollocks Here’s the Sex Pistols (1977)
Esse aqui mudou muita coisa na história do rock, mostrou o punk para o mundo e é um disco realmente muito bom. Mas eu não sei se eu gosto dos Sex Pistols...

The Jam - In the City (1977)
Primeiro deles, com forte influência mod e punk, dando uma cara única ao power trio.

Elvis Costello - This Year's Model (1978)
Segundo álbum e o primeiro gravado com a banda The Attractions. Tem gente que não conhece esse... É som de primeira linha ao estilo pub rock.

The Specials - s/t (1979)
Este aqui marcou o início da era two-tone, a segunda geração do ska, incorporando novos elementos e dando um ritmo mais rápido as músicas.

The Clash - London Calling (1979)
Acho que esse é o meu disco favorito. Combina rock n roll, rockabilly, jazz e outros estilos de uma forma única. Número 1.

Black Sabbath - Paranoid (1970)
Ok, eu gosto de heavy metal também, e se eu gosto de heavy metal
esse disco é obrigatório na lista, né? Guitarras pesadas ao melhor estilo.