sexta-feira, 26 de março de 2010

Bandas nacionais

E aí, alguém consegue achar bandas nacionais aqui nessa figura? Não sei quantas são ao total, mas se conseguir achar mais do que 20 acho que tá bem bom já:) Eu achei algumas como, Patu Fu, Raimundos, Cachorro Grande, Ira!, Nação Zumbi.. até Ivete Sangalo eu achei!

(Clique na imagem para ampliá-la)



sábado, 20 de março de 2010

MÔNICA E EDUARDO

Uns tempos atrás fui numa festinha pra lá do Catuaí, numa chácara. Parecia que ia ser uma festa legal até, bastante gente entrando e tal, mas quando  percebi já era tarde demais. Era um luau. Um pessoal em volta de uma fogueira tocando e cantando músicas da Legião Urbana e do Raul Seixas... 
Aí lembrei desse  texto do Adolar Gangorra, o cara do "Como me fudi no show dos Los Hermanos", agora falando sobre a letra  de "Eduardo e Mônica". Lembrei também que eu escutava essa música com o meu pai voltando da escola quando eu tinha uns 6 ou 7 anos, a gente ia cantando e tal haha. Enfim, pelo menos a cerveja da festa tava  gelada:)


O falecido Renato Russo era, sem dúvida, um ótimo músico e um excelente letrista. Escreveu verdadeiras obras de arte cheias de originalidade e sentimento. Como artista engajado que era, defendia veementemente seus pontos de vista nas letras que criava. E por isso mesmo, talvez algumas delas excedam a lógica e o bom senso. Como no caso da música Eduardo e Mônica, do álbum "Dois" da Legião Urbana, de 1986, onde a figura masculina (Eduardo) é tratada sempre como alienada e inconsciente, enquanto a feminina (Mônica) é a portadora de uma sabedoria e um estilo de vida evoluidíssimos. analisemos o que diz a letra.
Logo na segunda estrofe, o autor insinua que Eduardo seja preguiçoso e indolente (Eduardo abriu os olhos mas não quis se levantar; Ficou deitado e viu que horas eram) ao mesmo tempo que tenta dar uma imagem forte e charmosa à Mônica (enquanto Mônica tomava um conhaque noutro canto da cidade como eles disseram). Ora, se esta cena tiver se passado de manhã como é provável, Eduardo só estaria fazendo sua obrigação: acordar. Já Mônica revelaria-se uma cachaceira profissional, pois virar um conhaque antes do almoço é só para quem conhece muito bem o ofício.
Mais à frente, vemos Russo desenhar injustamente a personalidade de Eduardo de maneira frágil e imatura (Festa estranha, com gente esquisita). Bom, "Festa estranha" significa uma reunião de porra-loucas atrás de qualquer bagulho para poderem fugir da realidade com a desculpa esfarrapada de que são contra o sistema. "Gente esquisita" é, basicamente, um bando de sujeitos que têm o hábito gozado de dar a bunda após cinco minutos de conversa. Também são as garotas mais horrorosas da via-láctea. Enfim, esta era a tal "festa legal" em que Eduardo estava. O que mais ele podia fazer? Teve que encher a cara pra agüentar aquele pesadelo, como veremos a seguir.
Assim temos (- Eu não estou legal. Não agüento mais birita). Percebe-se que o jovem Eduardo não está familiarizado com a rotina traiçoeira do álcool. É um garoto puro e inocente, com a mente e o corpo sadios. Bem ao contrário de Mônica, uma notória bêbada sem-vergonha do underground.
Adiante, ficamos conhecendo o momento em que os dois protagonistas se encontraram (E a Mônica riu e quis saber um pouco mais Sobre o boyzinho que tentava impressionar). Vamos por partes: em "E a Mônica riu" nota-se uma atitude de pseudo-superioridade desumana de Mônica para com Eduardo. Ela ri de um bêbado inexperiente! Mais à frente, é bom esclarecer o que o autor preferiu maquiar. Onde lê-se "quis saber um pouco mais" leia-se" quis dar para"! É muita hipocrisia tentar passar uma imagem sofisticada da tal Mônica.
A verdade é que ela se sentiu bastante atraída pelo "boyzinho" que tentava impressionar"! É o máximo do preconceito leviano se referir ao singelo Eduardo como "boyzinho". Não é verdade. Caso fosse realmente um playboy, ele não teria ido se encontrar com Mônica de bicicleta, como consta na quarta estrofe (Se encontraram então no parque da cidade A Mônica de moto e o Eduardo de camelo). Se alguém aí age como boy, esta seria Mônica, que vai ao encontro pilotando uma ameaçadora motocicleta. Como é sabido, aos 16 (Ela era de Leão e ele tinha dezesseis) todo boyzinho já costuma roubar o carro do pai, principalmente para impressionar uma maria-gasolina como Mônica.
E tem mais: se Eduardo fosse mesmo um playboy, teria penetrado com sua galera na tal festa, quebraria tudo e ia encher de porrada o esquisitão mais fraquinho de todos na frente de todo mundo, valeu?
Na ocasião do seu primeiro encontro, vemos Mônica impor suas preferências, uma constante durante toda a letra, em oposição a uma humilde proposta do afável Eduardo (O Eduardo sugeriu uma lanchonete Mas a Mônica queria ver filme do Godard). Atitude esta, nada democrática para quem se julga uma liberal.
Na verdade, Mônica é o que se convencionou chamar de P.I.M.B.A (Pseudo Intelectual Metido à Besta e Associados, ou seja, intelectuerdas, alternativos, cabeças e viadinhos vestidos de preto em geral), que acham que todo filme americano é ruim e o que é bom mesmo é filme europeu, de preferência francês, preto e branco, arrastado para caralho e com bastante cenas de baitolagem.
Em seguida Russo utiliza o eufemismo "menina" para se referir suavemente à Mônica (O Eduardo achou estranho e melhor não comentar. Mas a menina tinha tinta no cabelo). Menina? Pudim de cachaça seria mais adequado. Ainda há pouco vimos Mônica virar um Dreher na goela logo no café da manhã e ele ainda a chama de menina? Além disto, se Mônica pinta o cabelo é porque é uma balzaca querendo fisgar um garotão viril. Ou então porque é uma baranga escrota.
O autor insiste em retratar Mônica como uma gênia sem par. (Ela fazia Medicina e falava alemão) e Eduardo como um idiota retardado (E ele ainda nas aulinhas de inglês). Note a comparação de intelecto entre o casal: ela domina o idioma germânico, sabidamente de difícil aprendizado, já tendo superado o vestibular altamente concorrido para Medicina. Ele, miseravelmente, tem que tomar aulas para poder balbuciar "iéis", "nou" e "mai neime is Eduardo"! Incomoda como são usadas as palavras "ainda" e "aulinhas", para refletir idéias de atraso intelectual e coisa sem valor, respectivamente.
Na seqüência, ficamos a par das opções culturais dos dois (Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus, De Van Gogh e dos Mutantes, De Caetano e de Rimbaud). Temos nesta lista um desfile de ícones dos P.I.M.B.A., muito usados por quem acha que pertence a uma falsa elite cultural. Por exemplo, é tamanha uma pretensa intimidade com o poeta Manuel de Souza Carneiro Bandeira Filho, que usou-se a expressão "do Bandeira". Francamente, "Bandeira" é aquele juiz que fica apitando impedimento na lateral do campo. O sujeito mais normal dessa moçada aí cortou a orelha por causa de uma sirigaita qualquer. Já viu o nível, né? Só porra-louca de primeira. Tem um outro peroba aí que tem coragem de rimar "Êta" com "Tiêta" e neguinho ainda diz que ele é gênio!
Mais uma vez insinua-se que Eduardo seja um imbecil acéfalo (E o Eduardo gostava de novela) e crianção (E jogava futebol de botão com seu avô). A bem da verdade, Eduardo é um exemplo. Que adolescente de hoje costuma dar atenção a um idoso? Ele poderia estar jogando videogame com garotos de sua idade ou tentando espiar a empregada tomar banho pelo buraco da fechadura, mas não. Preferia a companhia do avô em um prosaico jogo de botões! É de tocar o coração. E como esse gesto magnânimo foi usado na letra? Foi só para passar a imagem de Eduardo como um paspalho energúmeno. É óbvio, para o autor, o homem não sabe de nada. Mulher sim, é maturidade pura.
Continuando, temos (Ela falava coisas sobre o Planalto Central, Também magia e meditação). Falava merda, isso sim! Nesses assuntos esotéricos é onde se escondem os maiores picaretas do mundo. Qualquer chimpanzé lobotomizado pode grunhir qualquer absurdo que ninguém vai contestar. Por que? Porque não se pode provar absolutamente nada. Vale tudo! É o samba do crioulo doido. E quem foi cair nessa conversa mole jogada por Mônica? Eduardo é claro, o bem intencionado de plantão. E ainda temos mais um achincalhe ao garoto (E o Eduardo ainda estava no esquema escola - cinema - clube - televisão). O que o Sr. Russo queria? Que o esquema fosse "bar da esquina - terreiro de macumba - sauna gay - delegacia"?? E qual é o problema de se ir a escola?!?
Em seguida, já se nota que Eduardo está dominado pela cultura imposta por Mônica (Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia, teatro, artesanato e foram viajar). Por ordem:
1) Teatro e artesanato não costumam pagar muito imposto.
2) Teatro e artesanato não são lá as coisas mais úteis do mundo.
3) Quer saber? Teatro e artesanato é coisa de viado!!!
Agora temos os versos mais cretinos de toda a letra (A Mônica explicava pro Eduardo coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar). Mais uma vez, aquela lengalenga esotérica que não leva a lugar algum. Vejamos: Mônica trabalha na previsão do tempo? Não. Mônica é geóloga? Não. Mônica é professora de química? Não. A porra da Mônica é alguma aviadora? Também não. Então que diabos uma motoqueira transviada pode ensinar sobre céu, terra, água e ar que uma muriçoca não saiba?
Novamente, Eduardo é retratado como um debilóide pueril capaz de comprar alegremente a Torre Eiffel após ser convencido deste grande negócio pelo caô mais furado do mundo. Santa inocência... Ainda em (Ele aprendeu a beber), não precisa ser muito esperto pra sacar com quem... é claro, com a campeã do alambique! Eduardo poderia ter aprendido coisas mais úteis, como o código morse ou as capitais da Europa, mas não. Acharam melhor ensinar para o rapaz como encher a cara de pinga. Muito bem, Mônica! Grande contribuição!
Depois, temos (deixou o cabelo crescer). Pobre Eduardo. Àquela altura, estava crente que deixar crescer o cabelo o diferenciaria dos outros na sociedade. Isso sim é que é ativismo pessoal. Já dá pra ver aí o estrago causado por Mônica na cabeça do iludido Eduardo.
Sempre à frente em tudo, Mônica se forma quando Eduardo, o eterno micróbio, consegue entrar na universidade (E ela se formou no mesmo mês em que ele passou no vestibular). Por esse ritmo, quando Eduardo conseguir o diploma, Mônica deverá estar ganhando o seu oitavo prêmio Nobel.
Outra prova da parcialidade do autor está em (porque o filhinho do Eduardo tá de recuperação). É interessante notar que é o filho do Eduardo e não de Mônica, que ficou de segunda época. Em suma, puxou ao pai e é burro que nem uma porta.
O que realmente impressiona nesta letra é a presença constante de um sexismo estereotipado. O homem é retratado como sendo um simplório alienado que só é salvo de uma vida medíocre e previsível graças a uma mulher naturalmente evoluída e oriunda de uma cultura alternativa redentora. Nesta visão está incutida a idéia absurda que o feminino é superior e o masculino, inferior. É sabido que em todas culturas e povos existentes o homem sempre oprimiu a mulher. Porém, isso não significa, em hipótese alguma, que estas sejam melhores que os homens. São apenas diferentes. Se desde o começo dos tempos o sexo feminino fosse o dominador e o masculino o subjugado, os mesmos erros teriam sido cometidos de uma maneira ou de outra. Por que? Ora, porque tanto homens quanto mulheres e colunistas sociais fazem parte da famigerada raça humana. E é aí que sempre morou o perigo. Não importa que seja Eduardo, Mônica ou até... Renato!

terça-feira, 16 de março de 2010

Chernobils último show

É, o show de saideira sábado no Vitrola foi realmente demais. Com certeza foi uns dos melhores que fizemos. Foi tudo ótimo. O som estava bom, muitos amigos, a casa lotada nos prestigiando e curtindo a festa. O Diogo e o Fanucchi mandaram muito bem na guitarras, ensaiaram só quatro vezes com a gente e deram conta do recado. Quando o Hugo subiu pra tocar com a gente no fim foi outro ponto bem legal do show, meio que relembramos o começo da banda. Pena que na última hora acabou não dando certo do Michael vir pra Londrina.



















A foto aqui postada é uma das muitas tirada pela nossa amiga Thais Fujarra que não preciso nem dizer que manda muito bem, né? Ah, também não podia deixar de agradecer o pessoal do Trem das Onze que como sempre nos deram uma grande força, e fizeram um programa muito legal na sexta, nos entrevistando, tocando nossas músicas e falando bastante do show.
(Para o áudio do programa clique aqui


É, a banda acabou mesmo, mas eu e o Diogo estamos fazendo algumas músicas para um futuro projeto e estão ficando bem legais. Aguardem:)
Valeu!!!

quarta-feira, 3 de março de 2010

CHERNOBILS

Tudo começou em 2003. O Jimme queria montar uma banda de garage punk e veio falar comigo. Mas o que seria garage punk? Um som com bases no rock n roll dos anos 50 e o punk do final da década de 70. As influências seriam Sonics, Smugglers e os clássicos dos anos 50. Me lembro bem da gente falando disso na frente do Bar Brasil. O nome da banda, Chernobils,  tiramos duma bebida que é vendida no bar do seu Miguel, em frente ao Albatroz.  Chamamos nosso amigo Hugo pra tocar baixo e depois de um tempo achamos o Guilherme pra bateria. Ensaiávamos num quarto nos fundos da casa do Jimme. Ficamos ensaiando lá, sem maiores pretensões e compondo nossas primeiras músicas. 
Em 2005  participamos da coletânea HC Scene 7, que era um CD onde várias bandas da cidade participaram com duas músicas. Contribuímos com "Fading Away" e "On A Roll". Nosso primeiro show foi na festa de lançamento dessa coletânea, num domingo a tarde na antiga rodoviária, onde tocamos apenas 4 ou 5 músicas pra pouca gente... É, não foi muito animador haha. Logo depois disso demos um tempo, até porque o Guilherme saiu e o Hugo se mudou  pra São Paulo.

Em 2006 recomeçamos. Chamamos nossos amigos Lucas, na bateria e o Diogo na segunda guitarra, aí o negócio começou a engrenar. Na falta de um baixista, assumi o posto. Agora a idéia era outra, queriamos gravar um cd, fazer shows... Em julho de 2006 começamos a tocar pela cidade e região. Em março de 2007 terminamos nosso primeiro cd, gravado pelo Tiago Ponti num estúdio na casa dele, bem bacana por sinal. Demoramos uns 6 meses gravando e mixando as músicas, sem pressa. Um álbum com 9 faixas.

Gravamos músicas "antigas" como "Hangover", "Fading Away", "Bitter Youth", "On A Roll" e músicas recém saídas do forno como "Cheap Drinks", "Má Sorte", "Sick Sick Nite", "Reacionário" (com trechos de bandolim tocado por Fred Henning, e guitarra slide pelo nosso truta Adriano Mello) e o ska "Parceiros do Crime" (com a participação do Renan nos teclados, que futuramente se tornaria membro da banda).  No mesmo ano o Diogo se mudou pra São Paulo, aí viramos um trio. Nessa época, como não lembrar do pessoal do Trem das Onze, programa da Rádio UEL, liderado pelo Jersey Gogel, que sempre nos deu uma tremenda força. 

Em 2008 resolvemos fazer um especial Sonics, que é uma banda que a gente realmente gosta. Nessa época a onda do cover já estava grande aqui em Londrina e achamos que ia ser engraçado fazer um especial duma ótima banda, mas que pouca gente conhecia haha. Chamamos o Renan nos teclados, e o Michael no sax. Fizemos bons shows, nos divertimos muito, acho até que difundimos um pouco o som do Sonics por aqui...



Gostamos tanto dessa história que chamamos o Renan e o Michael pra continuarem na banda. Com sax e teclados começamos a mostrar mais influências rock n roll, o que deu um diferencial bem legal na banda. Além de músicas próprias, começamos a tocar vários covers, que na verdade eram versões de alguns clássicos do rock, como Chuck Berry, Little Richard, Jerry Lee Lewis, Rolling Stones, Ramones, The Clash, Sonics (é claro!).. bandas que a gente sempre gostou. E ficamos assim, nesse molde por um bom tempo. Começamos a tocar em lugares e datas legais, o que fez a gente começar a até ganhar um dinheirinho. Já estávamos até achando que eramos realmente uma banda haha, mas depois vimos que estavamos perdendo nossa essência, e que não era bem isso que queriamos. Fazíamos shows de quase 80% de músicas próprias e agora estava quase ao contrário. Nunca ganhamos muito dinheiro tocando nossas músicas, mas nos divertíamos muito, e dávamos muito mais valor a elogios recebidos. Eu particularmente não tenho nada contra bandas covers, acho até que a cidade tem algumas muito boas. 


Esses tempos paramos pra pensar sobre isso, e decidimos terminar a banda. Foi uma decisão unânime. Como já tinhamos agendado um show no Vitrola, decidimos fazer dessa data, 13 de março, nosso show de despedida. Nesse show vamos tocar algumas músicas do nosso cd e muitos clássicos do rock n roll. Vai rolar participação especial dos ex-integrantes Diogo, Hugo e Michael (que se mudou pra São Paulo) e também do Fanucchi, amigão do Renan. Compareçam!:)



http://www.myspace.com/chernobils

Chernobils: 
Leandro Araujo - Baixo/Voz 
Jimme Coutinho - Guitarra
Lucas Ricardo - Bateria
Renan Couto - Teclados 
Ex-integrantes: 
Michael Bungart - Sax
Diogo Blanco - Guitarra/Voz
Hugo Maxwell - Baixo
Guilherme Dalvi - Bateria