quarta-feira, 25 de abril de 2012

Johnny Thunders & The Heartbreakers “L.A.M.F. - the lost '77 mixes”

Johnny Thunders & The Heartbreakers. A banda de membros remanescentes do New York Dolls queria um contrato pra lançar seu disco desde 75, ano de sua formação. O problema era que a reputação dos junkies Johnny Thunders e Jerry Nolan não era das melhores nos Estados Unidos. Malcon McLaren, o famoso empresário dos Sex Pistols, que já tinha trabalhado com a antiga banda deles, convidou eles pra participarem duma grande tour, meio que no fim de 76 no Reino Unido, onde além dos Pistols, tinha o Clash e o Damned, que logo no começo saiu para a entrada do Buzzcocks. Ou seja, só a nata da cena punk inglesa que estava preste a estourar no ano seguinte. A banda ganharia visibilidade, mas logo no começo os Sex Pistols foram ao programa de TV ao vivo de Bill Grundy,  e mandaram o primeiro "fuck off" ao vivo em horário nobre no Reino Unido, o que fez boa parte dos shows da turnê serem cancelados. 

Sem grana, e quase voltando pros Estados Unidos, finalmente conseguem um contrato com a Track Records, gravadora que lançou bandas como The Who e Jimi Hendrix.

L.A.M.F. (Like A Mother Fucker) era o nome do disco. Ótimas faixas como "Born to Lose", "Let Go", ''I Love You", "Chinese Rocks" (as últimas duas regravadas pelos Ramones) e outras entraram no disco. Boa parte das faixas foram gravadas no Ramport Studios, de propriedade do The Who. Durante uma parada na gravação, Peter Townshend convidou a banda para aparecer nos extras do filme Quadrophenia, o clássico filme/disco do The Who. Oww!

A mixagem demorou muito pra ficar pronta, remixada várias vezes pelos próprios membros da banda. A real é que ninguém ficou contente com o resultado final, ninguém mesmo, mas o álbum foi lançado mesmo assim no final de 77. A Jungle Records se apoderou dos direitos do disco em 82, mas só em 94 seria lançado a melhor mixagem, o "L.A.M.F. - the lost '77 mixes".

quarta-feira, 28 de março de 2012

La Bombonera - jogo do Boca

No começo do mês estávamos lá em Buenos Aires.. comendo chorizo, bebendo Quilmes.. e acabou dando certo de irmos num jogo no  estádio do Boca, La Bombonera.

Conhecemos o Glen, um australiano que mora em Buenos Aires, trabalha num hostel, e é extremamente fanático pelo Boca, viaja pra tudo qualquer lado pra ver o time jogar.. e foi ele que conseguiu ingressos pra gente. O Boca tem quase 80 mil sócios, só que no estádio deles cabem apenas 50 mil pessoas, sendo que os sócios tem sempre preferencia nas compras, aí já viu a dificuldade de conseguir ingressos né...

No dia do jogo o primo do Glen, um taxista americano, veio nos buscar. Isso isso mesmo, um taxista americano em Buenos Aires! haha. Maravilha, o cara era bem gente boa, nos deixou perto do estádio, combinando um lugar pra nos pegar na volta e nos avisando que assim como no Brasil, na Argentina é proibida a venda de cerveja em jogos, com um agravante, é proibido também nas redondezas do estádio em dias de jogo. Poutz, beleza, era  cedo ainda, paramos num barzinho pra pedir uma Coca.. fazer o quê, né? Começamos a ver que todo mundo saia de dentro do balcão com um copinho de isopor.. ahhh, era vendida cerveja no boteco! Só que daquele jeitinho brasileiro, ou melhor, argentino! Haha, da-lhe Quilmes! Na hora de entrar no estádio foi um sufoco danado, estávamos com ingressos de diferentes sessões! Por muita sorte conseguimos troca-los na mesma hora com um funcionário do estádio e fomos pro jogo. Ufa!!

Lá dentro é uma coisa de louco, a torcida não pára! Jogo de Libertadores, estádio absolutamente lotado, Boca Juniors X Fluminense.  Ficamos lá torcendo pro Boca. Apesar de ser corintiano/tubarão, nada contra o Flu, que fez um baita dum jogo ganhando de 2 x 1, mas estávamos no meio da torcida do Boca, né?! 
Pé-frios! haha

Na saída lá estava o taxista americano. Voltamos conversando sobre futebol. Disse que como torcedor do Independiente, adorou a vitória do Fluminense, que ninguém mais aguenta o Maradona e que achava o Neymar um ótimo jogador, mas mas que ele podia cortar o cabelo... Oh well, that was a good night! :)

terça-feira, 13 de março de 2012

Novos discos aqui comigo..

Ramones "Bonzo Goes To Gothenburg" (12''). É um disco duplo ao vivo. Foi gravado quase que integralmente em um show na Suécia em 1990, ou seja uma pegada bem Loco Live. No lado B do segundo disco ainda tem algumas músicas de um show feito por eles na França em 1980, (que já lembra o It's Alive) e Finlândia em 1988. O disco é meio raro, nem sabia que ele existia antes de ganhar ele.. demais!:)

Cherry Bomb "Bombs to You..." (12''). Esse disco foi lançado em vinil em 1997 sem muito alarde na época. Hoje em dia não é nada fácil achar uma cópia. Muitos shows rolaram, outros discos foram lançados (não em vinil) e a banda se tornou muito querida pela galera de Londrina. A banda acabou por volta de 2005, mas parece que vão rolar alguns shows, numa reunião em Londres(!) no ano que vem. Aí sim hein!?

Canastra "Bom Veneno" (7''). Esse compacto é fera! Tem uma música nova (Bom Veneno), uma versão alternativa de Diabo Apaixonado e mais dois sons de CD's lançados pela banda anteriormente. Poucas bandas lançam discos em vinil no Brasil devido ao alto custo.. esse saiu pela Vinyland que tem lançado alguns LP's de artistas nacionais bem legais pela Europa... 


Social Distortion ''Hard Times and Nursery Rhymes" (12''). É um disco duplo, vem em formato gatefold (aquele que abre igual a um livro), vem dois sons extras que não aparecem na versão do CD, Take Care of Yourself e I Won't Run No More. É bem legal saber que os caras estão na ativa ainda e lançando discos tão bons quanto ou talvez até melhores dos já consagrados dos anos 90... Esse disco é muito bom, melhor lançamento de 2011!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

In The City

Falando de mais uma bolacha que eu tenho aqui em casa, "In The City" foi o primeiro disco do The Jam, lançado em 1977, no meio da turbulenta cena punk inglesa. É um dos meus favoritos, apesar de não ser tão conhecido como os discos do Sex Pistols e The Clash lançados na época...

Esse disco foi responsável pela revitalização do movimento Mod, uma subcultura dos anos 50 de Londres que cresceu e alcançou seu auge na primeira metade dos anos 60, mas acabou morrendo com a popularização da cultura Hippie que era oposta a sua, que não tinha nada a ver com seus estilosos ternos e lambretas... 
O disco tem a energia punk, com uma levada 60's, lembrando muito as primeiras gravações de bandas como The Who, The Kinks e Small Faces... Além das ótimas "In The City" e "Away From The Numbers" rola uma versão da clássica "Slow Down" e até da música tema do Batman... \o/

Me lembro bem no começo dos anos 2000, esse tipo de som estava bem em alta aqui em Londrina com a banda Cherry Bomb, que tinha inegável influência de The Jam... 
Bons tempos!:)

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Let It Bleed

Lançado em 1969, "Let It Bleed" foi o oitavo álbum de estúdio dos Stones, e o segundo de uma sequência de quatro álbuns considerados por muita gente a melhor fase do grupo - "Beggars Banquet" (1968), "Sticky Fingers" (1971), e "Exile On Main Street" (1972). Foi também o último a ter a participação do guitarrista Brian Jones, e a primeira música cantada solo por Keith Richards, "You Got The Silver". Os destaques do disco aparecem na clássica "Gimme Shelter" (que recentemente reapareceu na trilha sonora do ótimo filme Os Infiltrados), "You Can't Always Get What You Want", "Love In Vain" (releitura do  blues-man Robert Johnson), e do country "Country Tonk", meses depois de ter sua versão plugada lançada em um single com o nome de "Honky Tonk Woman".. ah, essa música foi feita no Brasil! Mick Jagger e Keith Richards passavam férias no país em 1968, e numa fazenda em Matão no interior de São Paulo eles compuseram esse som, sério! haha. Há quem diga que o nome "Let It Bleed" é uma pequena provocação ao disco dos Beatles "Let It Be", pois os garotos de Liverpool entraram em estúdio bem antes dos Stones, mas só conseguiram finalizar o disco em 1970.

Bom, é um ótimo disco e eu recomendo! Eu tenho o meu em vinil :)

sábado, 13 de agosto de 2011

Chuck Berry

No começo dos anos 50, influenciado por nomes como Louis Jordan e Muddy Waters, Chuck Berry já tocava em pequenas casas noturnas nos EUA, em St. Louis MO, sua cidade natal. Em 1955 lançou o single "Maybellene", que sintetizava o formato rock and roll, combinando o blues e a música country com letras sobre carros e garotas em solos de guitarra, dito por muitos como o primeiro passo do rock n roll...

Boa parte de seus sucessos foram lançados pela Chess Records. Músicas como "Rollover Bethoven" (1956), "Rock N Roll Music" (1957), "Johnny B Goode" (1958) entre tantas outras são verdadeiros hinos do rock n roll, e foram regravadas inúmeras vezes, influenciando toda uma leva de bandas dos anos 60 e adiante... Por exemplo, John Lennon e Keith Richards, fãs declarados, deram forma as suas bandas escutando os riffs do guitarrista... O mais legal mesmo é que o cara viajou em turnê por muitos anos carregando apenas sua guitarra Gibson ES-350T, confiante no fato de que poderia contratar uma banda que conhecia suas músicas em qualquer lugar que fosse haha. Foram muitos shows com direito a seu famoso passo "duck walk",  que mais tarde influenciaria o guitarrista do AC/DC, Angus Young.

Mas fora dos palcos não faltaram problemas pra ele... Na adolescência passou três anos em um reformatório por tentativa de assalto, e no auge de sua carreira em 1959 foi preso, acusado de seduzir uma menor que ele conheceu e trouxe do México. Solto apenas em 1963, lançou no ano seguinte, sem o mesmo sucesso, músicas como "You Never Can Tell", que muitos anos depois seria resgatada na clássica cena de John Travolta e Uma Thurman dançando em Pulp Fiction. Em 1979 fez mais uma passagem pelo xadrez. Considerado culpado por sonegação de impostos, cumpriu quatro meses de prisão e 1.000 horas de trabalho comunitário fazendo shows beneficentes.

Há um tempo atrás, com seus mais de 80 anos, Chuck Berry apontou aqui no Brasil, mas pelos vídeos que vi, já sem o mesmo gás de antes... mas tá bom já né!? Afinal, o cara já deu sua grandíssima contribuição ao rock n roll...

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Cock Sparrer

Cock Sparrer, um dos grandes nome do street punk/oi! vem finalmente pro Brasil! A apresentação única vai rolar agora em setembro em São Paulo no Carioca Club. 

A banda que mostra em suas letras o cotidiano da classe trabalhadora inglesa, foi por muitas vezes associada ao fascismo e ao neonazismo, pois skinheads neonazistas (white powers) eram figurinhas carimbadas em seus shows, e articulavam brigas violentas com punks e outros que frequentavam os shows da banda. Bandas como Cockney Rejects e Sham 69, outros grandes nomes do movimento, sofreram também muito com o preconceito que até hoje roda em torno deles, mesmo sabendo-se que todos sempre se declararam publicamente contra qualquer forma de preconceito e desrespeito.

Ótimos discos foram lançados, com destaque pro clássico "Shock Troops" de 82, que aliás foi relançado recentemente junto com todos os outros discos do Cock Sparrer em vinil num box pela Pirates Press. Nice! A zonapunk publicou uma entrevista bem legal com o vocal Colin McFaull falando sobre esse primeiro show em terras brasileiras, que incluiu uma pergunta minha, isso mesmo, minha! haha (fiz através do faceebook, na página do Blind Pigs/Porcos Cegos) perguntei sobre novos nomes na cena, e ele mandou Harrington Saints e Booze and Glory... Legal, gostei delas!

No final das contas não poderei ir ao show, mas é por uma causa muito nobre, meu amigão das antigas vai casar no mesmo dia! damn haha  
Let it rock baby!

terça-feira, 5 de julho de 2011

Adaptações

Adaptações de livros pro cinema sempre geram pequenas discussões. O pessoal que leu o livro sempre reclama, diz que faltou um monte de coisa, que o personagem não era assim, que o lugar era outro... Eu normalmente gosto, em especial as adaptações nacionais. É claro que sempre vai ser diferente na telona,  ás vezes muuuito diferente, ás vezes nem tanto... É, eu fiquei bem desapontado com a adaptação de Bellini e o Demônio, que é um livro que eu gosto muito.. mas eu sempre acabo me divertindo vendo os personagens que eu imaginava de um jeito aparecendo de outro...

Um bom exemplo é o escritor e roteirista Marçal Aquino. Seus livros  são ótimos. Não li muita coisa dele ainda, mas já posso dizer que Cabeça a Prêmio e Eu Receberia as Piores Notícias de seus Lindos Lábios são excelentes exemplares! E já viraram ou estão virando filme até. 

Ao contrário dos livros citados a cima, o livro O Invasor foi escrito depois do próprio Marçal ter feito o roteiro pro cinema. Eu gostei muito do filme, mas não li o livro. Tem um elenco bem conhecido da tv, como o Alexandre Borges, Malu Mader, Mariana Gimenes, mas o destaque ficou mesmo por conta do titã Paulo Miklos que surpreendeu, mandando muito bem em sua primeira participação no cinema, num papel todo bandidão.. acabou levando o prêmio de melhor ator coadjuvante no Grande Prêmio Brasileiro de Cinema de 2003. Ah, tem também o falecido rapper Sabotage no filme fazendo uma pontinha.. haha, adoro essa parte!

O filme Cabeça a Prêmio saiu a menos de um ano atrás, é relativamente novo e tem gente como a Alice Braga, Daniel Hendler, Cássio Gabus Mendes e outros nomes conhecidos. O filme também é muito bom e segue a linha do livro, com poucas mudanças, daquele jeitão simplificado.. o que é normal, né?  Tem o Marco Ricca, que atuou no filme O Invasor,  se saindo muito bem como diretor.
 

Já a adaptação do livro 
Eu Receberia as Piores Notícias de seu Lindos Lábios para a telona ouvi dizer que tá quase pronta, e deve sair ainda esse ano. Parece que tem a Camila Pitanga no papel da Lavínia... 
Aguardemos...